É muito complicado remar contra a maré. Os interesses financeiros ou econômicos invariavelmente falam mais alto num mundo utilitarista como o nosso atual.
Nos bastidores, há uma espécie de guerra fria entre Grêmio e OAS. O clube querendo o estádio pronto e a empreiteira pretendendo a efetivação da troca das chaves Olímpico e Arena.
Existem alas no Grêmo que forçam o presidente a tomar uma decisão mais drástica. São 42 milhões de reais por ano que o clube paga para o associado entrar nas cadeiras do primeiro e segundo anel, além de pagar para sócio poder acessar o quarto anel.
Fábio Koff, inteligentemente, fala que a nova casa gremista é no bairro Humaitá. Seus assessores deixam vazar informações dando conta, por exemplo, da lentidão das obras do novo centro de treinamentos.
Saul Berdichewski, diretor médico, disse na Pampa que está preocupado com inoperância no local destinado aos treinos e tratamento dos atletas. Demonstrou indignação. Muitas promessas são feitas e não concretizadas.
Até novembro havia mais de quatro mil operários, hoje, o número não chega a quinhentos homens trabalhando no empreendimento.
A questão do gramado é apenas um detalhe. Ontem, Luxemburgo foi na Arena e não gostou do que viu. Fez cara feia. Os advogados do clube falam em vários quesitos, além da questão do setor da geral. Garantem que são apenas pequenas diferenças para que seja concedido o habite-se.
A construtora tem se silenciado. A assessora de imprensa aguarda uma reunião para informar sobre a situação.
O show de Roberto Carlos marcado para abril está garantido, mas os homens do marketing da gestora do novo estádio estão sem dar sequência ao trabalho de novas alocações e espetáculos.
Koff quer condições melhores no contrato firmado entre as partes. Jamais dirá isso publicamente. A última instância é colocar a empresa na justiça, não seria interessante iniciar uma nova vida com dissenso.
A OAS, igualmentente, quer o acordo. Há uma verdadeira sinuca de bico, ou seja, todo o negócio precisa decolar (migração de sócios, camarotes vendidos, financiamento de banco, amortização…). A construtora não gostaria de brigar logo na sua primeira operação de uma arena.
Ela tem a possibilidade de construir, ao menos, outros 10 estádios com o mesmo formato na América do Sul, como no Uruguai, fala-se que seriam três na Argentina, além de países como Bolívia e Paraguai.
E tenho dito.